Ex-motorista do goleiro Bruno assume ser mandante de assassinato
Após ser considerado desaparecido, Cleiton da Silva Gonçalves, ex-motorista do goleiro Bruno Fernandes, assumiu ser o mandante de um assassinato em Belo Horizonte (MG), em março deste ano.
Ele explicou em depoimento ao Departamento de investigacao da Policia Civil que os dois atentados que sofreu nos últimos dias estão relacionados a este crime e não ao desaparecimento de Eliza Samudio. As informações são do Estado de Minas.
O depoimento de Cleiton durou mais de três horas e ele estava acompanhado de sua advogada. Ele confessou aos policiais o envolvimento na morte de Elvis Silva Camargo e afirmou que sabe quem está tentando matá-lo.
Segundo Cleiton, o suspeito seria um adolescente que está cometendo os atentados a mando de dois de seus antigos comparsas. Na época, o homicídio foi registrado por câmeras de segurança e o ex-motorista do goleiro chegou a ser preso, mas recebeu um alvará de soltura na Justiça.
Cleiton foi baleado na tarde deste domingo no bairro Liberdade, na divisa entre Contagem e Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Cleiton estava em um bar no momento do incidente. Ele foi atingido por dois tiros nas costas. Um adolescente que estava no local ficou ferido na perna.
Novidades no caso
Segundo testemunhas, um carro de cor escura que ainda não identificado, parou com dois homens que efetuaram os disparos após avistarem Cleiton no local. Os suspeitos fugiram. Amigos que estavam no local com Cleiton prestaram socorro. O homem não deu entrada em nenhum hospital da região e não foi encontrado.
A polícia acredita uma provável lista de execução dos envolvidos no caso Bruno, já que Sérgio Rosa Sales, primo do goleiro e uma das testemunhas chave foi assassinado na última semana. No fim da tarde desta segunda-feira (27), Cleiton afirma que estava com a namorada dentro de um carro, na mesma região do primeiro atentado, quando foi alvo de tiros. O veículo em que estavam teve o vidro quebrado.
Segundo o advogado da família de Eliza Samudio, Cleiton deveria ter sido investigado no caso, mas a polícia o arrolou como testemunha. ”Existia um grupo de pessoas com histórico de problemas com a Lei, como é o caso desse rapaz, o Cleiton, que viviam em torno do Bruno. Isso só reforça nossa certeza de que ele ficará preso até o julgamento e será condenado”, avaliou a advogado.
O motorista é considerado testemunha do caso e foi preso na época do desaparecimento de Eliza Samudio, já que dirigia a caminhonete que a levou até o sítio do goleiro.
Linhas de investigação mantidas
As linhas iniciais da apuração da morte de Sérgio vão ser mantidas e nenhuma hipótese está descartada, incluindo a de o crime ter sido queima de arquivo. A polícia tenta apurar se, desde que saiu da prisão, há um ano, ele se envolveu em desavença que pudesse ter levado ao assassinato.
Na sexta-feira (24), a Polícia Militar recebeu denúncia de que grupo preso por tráfico de drogas estaria envolvido na morte, mas a hipótese também ainda está sob investigação. A polícia já teria recebido 20 denúncias com versões diferentes a respeito do assassinato.
Problemas psicológicos
Sérgio queria refazer vida, mas não conseguia emprego fixo, tinha problema para dormir e se abatia em ver os pais sofrendo. O advogado dele, Marco Antônio Siqueira, pediu a psicóloga perfil do cliente, para usar no julgamento. O documento foi para o 4º Tribunal de Justiça de Minas, para ser anexado ao processo. A psicóloga Raissa Moreno revelou que Sérgio se sentia injustiçado e sofria por ver Bruno na prisão, pois o amava.
Ossada não foi encontrada
Nada foi encontrado nas escavações feitas no sítio que pertenceu ao goleiro Bruno Fernandes, em um condomínio na cidade de Esmeraldas, em Minas Gerais, onde supostamente estaria a ossada de Eliza Samudio. Cerca de dez bombeiros usaram enxadas e picadeiras para cavar o local acompanhados por dois delegados e peritos da Polícia Civil.
Foram feitas escavações de 1,5m de profundidade com seis metros de comprimento, mas nada foi achado. Por volta das 23 horas de segunda-feira, a polícia recebeu uma denúncia anônima de que os restos mortais da ex-modelo estariam no local. O delegado Alex Araújo, que comandou o trabalho, achou estranho que a ossada estivesse escondida em um local tão próximo a rua, onde passam várias pessoas.
Ele também disse que no local indicado, entre duas palmeiras, havia uma bananeira plantada apenas há cinco dias. Alex Araújo informou também, que por enquanto os trabalhos estão encerrados. Mas que ele irá conversar com os seu superiores para saber se as buscas serão retomadas nesta quarta.
Os bombeiros chegaram ao local no início da tarde, após o atual proprietário do sítio liberar o trabalho policial. Foi neste sítio que Eliza Samúdio passou as últimos dias de sua vida, antes de ser assassinada.
Proteção para outro primo
Depois de afirmar que não temia pela vida do seu cliente, Jorge Luiz Rosa, de 18 anos, uma das testemunhas-chave do processo que investiga o sumiço e morte de Eliza Samudio, o advogado do jovem, Eliézer Jônatas de Almeida Lima, pediu proteção para o rapaz.
A afirmação foi feita no dia do assassinato de Sergio Rosa Sales, também primo de Bruno e principal testemunha do caso, embora Eliezer acredite que a morte do rapaz e os dois atentados sofridos pelo ex-motorista do goleiro Bruno, Cleiton da Silva Gonçalves, não tenham relação com o caso de Eliza.
Jorge tinha 17 anos na época da morte da ex-modelo. O jovem cumpre medida sócio-educativa e pode ser solto a qualquer momento porque já cumpriu dois dos três anos de punição e tem bom comportamento.
Nesta terça-feira, Jorge participou de uma audiência no Centro Integrado de Atendimento ao Adolescente Autor de Ato Infracional (Cia-BH), quando foi ouvido pela juíza Valéria da Silva Rodrigues, titular da Vara Infracional da Infância e Juventude. Ele foi avaliado por uma equipe multidisciplinar, o que ocorre periodicamente.
Jorge foi denunciado por um tio. O jovem disse a ele que Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, e o goleiro Bruno, teriam levado Eliza e o filho pequeno de um hotel, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, até o sítio de Bruno, em Esmeraldas, na Grande BH. Durante as investigações, Jorge também havia informado que partes do corpo da modelo haviam sido jogadas para cachorros comerem.
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Fonte: O Dia
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